07/02/2008

Cai neve em Nova Iorque...

Enquanto cai neve em Nova Iorque, cá na nossa bela pátria, orgulhosos de símbolos como o já extinto Afonso Henriques ou mesmo o mais recente Cristiano Ronaldo, continuamos tradições, que, pelo menos a mim, me fazem ficar estúpido com o que acontece. Já nem falo de touradas. Em Vouzela, rica terra, existe uma ternurenta aldeia onde uma tradição com mais de cem anos se mantém, e, com fé no que diz o representante da aldeia, irá manter-se. Tradição essa que consiste em caçar ou roubar um gato, animal que merece o repudio de todos nós, não fosse ser um carnívoro perigoso da mesma família do leão, "diz que" é primo direito e tudo. Prosseguindo, após a caça do gato, este é colocado num cântaro, fechado até à hora da festa (não vá este estragar a festa) e depois é colocado o cântaro - com a fera lá dentro - a alguns metros do solo, pendurado num mastro. É colocada lenha e é acesa de forma a poder aquecer bem o cântaro - como estamos em Fevereiro nem é mal pensado, não vá o bichinho ter frio - e queimar as cordas que seguram o cântaro de forma a que este caia e se parta em cacos. Agora os caros leitores pensam: "E o gatinho?", a resposta é óbvia! Ele tem de fugir, porque tem uma turba alucinada atrás dele, com paus, para lhe bater! É caso para se dizer: "pernas, para que te quero!!!!"

Quero deixar aqui uma palavra de apreço para o senhor Carlos Duarte (o organizador da "festa"), pois pelo que li ele é uma pessoa que, realmente, gosta de animais, pois o seu gato à 15 anos atrás estava com muito frio e o senhor resolveu "usa-lo" na festa, como prova de amor pelo seu animal de estimação.

A organização da festa, como não quis alimentar polémicas este ano, usou apenas um animal de peluche, mas eu não concordo com isto, perde-se a tradição, fica pelo menos um animal com frio a passear em Vouzela e os locais não exercitam a correr atrás do animal, isto, meus caros, não se faz!

Um abraço do Lampadinha , que faz votos de continuação desta tradição, é boa para os animais e acho que o melhor era em vez de usarem um cântaro, usarem um caldeirão de barro cheio de animais de todas as espécies. Um genéro de Arca de Noé, versão vouzelense. E lembrem-se de usar cobras, na medida em que estas também são animais e merecem o mesmo tratamento!

1 comentário:

Anónimo disse...

E eu penso ainda que, para a coisa se dar com toda a poupa e circunstãncia, porque não no final organizar um banquete com os animaizinhos (já cozidos..) no menu?
Uma entrada de espetinhos de cobra, seguido de um bom naco de pata de elefante?